Monday 27 June 2011

A começar no Kennedy Center


Foto: mv
Começa hoje o meu estágio de um mês no Kennedy Center for the Performing Arts em Washington. O centro abriu em 1971, posicionando-se como uma organização que apresenta os melhores artistas e espectáculos norte-americanos e internacionais, que apoia novos trabalhos e jovens artistas e que é líder na formação em gestão cultural, no país e no mundo.

É o investimento do Kennedy Center nesta última área, a formação, que leva todos os anos a Washington profissionais da cultura de todo o mundo. Michael Kaiser, Presidente do Kennedy Center e fundador do DeVos Institute of Arts Management at the Kennedy Center, acredita que, para além da necessidade de apoiar o talento e a criação artística, é igualmente necessário formar bons gestores culturais, atentos e sensíveis às mudanças (sociais, políticas, tecnológicas, económicas) que afectam o sector cultural, capazes de criar planos estratégicos que poderão garantir a gestão saudável e eficaz das instituições que existem para apoiar a criação e torná-la acessível ao público.

O Summer International Fellowship (SIF), no qual irei participar, tem uma duração de três anos, sendo que os fellows passam um mês em cada um dos três anos no Kennedy Center, tendo a possibilidade de aprender junto de alguns dos melhores profissionais em planeamento estratégico, marketing, fundraising e gestão financeira. O estágio envolve seminários, masterclasses, projectos de grupo e individuais, integração nas equipas de vários departamentos no Kennedy Center, e uma série de eventos especiais, desde espectáculos a encontros com profissionais da área da gestão cultural e outras figuras influentes na área da cultura.

Os fellows do meu ano são pessoas provenientes de África, Ásia e Europa. Irei partilhar esta experiência com o Director Adjunto de Kuona Trust (Nairobi, Kenya); a Directora Executiva de Kwani Trust (Nairobi, Kenya); a fundadora de Made for Stage Productions (Karachi, Paquistão); o General Manager of Corporate Communications da Mahindra Foundation (Índia); o co-fundador, Director Executivo e Director Artístico de Evam Entertainment (Chennai, Índia); a fundadora e Directora de Siddharta Art Gallery e Kathmandu Contemporary Arts Centre (Kathmandu, Nepal); o Responsável pelas Relações Internacionais do National Ballet of China; a Directora de Dance UK; o Director Adjunto do National Centre of Folk Culture (Kiev, Ucrânia); o fundador e Presidente de ARS DOR Association (Chisinau, Moldávia); e a Directora de POGON – Zagreb Centre for Independent Culture and Youth (Zagreb, Croácia). Durante este mês que vamos estar no Kennedy Center iremos cruzar-nos e assistir a aulas comuns com os fellows dos dois anos anteriores. Trinta e seis participantes de trinta e dois países. O Kennedy Center investe em cada um deles, de nós, apostando na formação de bons gestores culturais em todo o mundo e, naturalmente, seus embaixadores.

É mesmo uma sorte e um grande privilégio poder participar no SIF do Kennedy Center. Esta vai ser uma grande aventura. Desejo, como é óbvio, aprender, aprender, aprender. Mas, nesta primeira fase em particular, desejo sobretudo que sejam desafiadas as minhas ‘certezas’.








Monday 20 June 2011

Casa com telhado mas sem alicerces?

No portal brasileiro Cultura e Mercado anunciava-se na semana passada que a Câmara de Deputados irá criar uma comissão especial para analisar a Proposta de Emenda à Constituição, que inclui entre os direitos sociais o acesso à cultura. Na mesma notícia falava-se do projecto-lei Vale Cultura, conforme o qual será concedido um subsídio mensal de R$50 (aproximadamente €22) a trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos, a fim de permitir o acesso a produtos e serviços de artes visuais, artes cénicas, audiovisual, literatura, música e património cultural.

Fiquei muito curiosa relativamente ao projecto. Pensei em questões práticas (será um cartão do qual se desconta o valor dos produtos, uma caderneta com vales, poderá ser trocado apenas em estabelecimentos que aderem à iniciativa, os trabalhadores deverão apresentar recibos…?), mas pensei sobretudo nos objectivos da iniciativa e nas expectativas.

Encontrei algumas respostas no texto de redacção final do Projecto-Lei:

“Art. 1º Fica instituído, sob a gestão do Ministério da Cultura, o Programa de Cultura do Trabalhador, destinado a fornecer aos trabalhadores meios para o exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura.

Art. 2º O Programa de Cultura do Trabalhador tem os seguintes objetivos:

I – possibilitar o acesso e a fruição dos produtos e serviços culturais;

II – estimular a visitação a estabelecimentos que proporcionem a integração entre os temas de ciência, educação e cultura; e

III – incentivar o acesso a eventos e espetáculos culturais e artísticos.”

Num outro artigo no portal Cultura e Mercado, intitulado Democratização do acesso à cultura, fazia-se uma análise desta iniciativa. O autor, Roberto Baungartner, apresentava estatísticas como: apenas 13% dos Brasileiros vão ao cinema pelo menos uma vez por ano; mais de 92% nunca foram a um museu ou exposição de arte; 78% nunca assistiram a um espectáculo de dança. Alguns destes dados são também referidos no vídeo oficial do Vale Cultura.

Roberto Baungartner acredita que esta iniciativa, para além de beneficiar propriamente a cultura, criará mais emprego e receita, reduzirá a violência e incrementará, pelo lado da procura, as cadeias produtivas envolvidas. Acredita ainda que tornará as empresas brasileiras mais competitivas no cenário internacional.

Considero, mais uma vez, os objectivos traçados e as expectativas criadas pouco realistas e pouco estruturados. Tenho sempre sérias dúvidas que a democratização do acesso à cultura passe, em primeiro lugar, por medidas como esta, que parecem continuar a ignorar aquelas que são as principais questões no que diz respeito ao acesso.

No artigo de Baungartner podemos ainda ler que mais de 90% dos municípios brasileiros não têm salas de cinema, teatro, museus, espaços culturais em geral (refere concretamente que as 6000 salas de cinema que Brasil tinha antigamente limitam-se agora a 200). Portanto, as questões que coloco são as seguintes:

- Sem espaços e sem hábitos culturais relacionados com a oferta que estes normalmente apresentam, podemos realmente pensar que o subsídio de R$50 é o que falta para se criar acesso?

- É muito promissor ver que um governo pretende reconhecer o direito social à cultura (que consta, aliás, entre os direitos humanos) e considerá-lo na emenda da Constituição. No entanto, será necessário ao mesmo tempo ficar claro para todos o que é ‘cultura’, como se produz, por quem, onde, o que é necessário para se proporcionar acesso a ela (do ponto de vista da produção e do consumo). Digo isto, porque o vídeo oficial do Vale Cultura, bastante bem feito, apresenta, no entanto, uma visão do que é cultura bastante centrada na chamada ‘alta cultura’, o acesso à qual - para a maioria daquelas pessoas que nunca vão ao cinema, museu, teatro - não passa, em primeiro lugar, pela atribuição de um subsídio mensal de R$50.

Numa altura em que se procura cada vez mais encontrar formas de partilhar a responsabilidade de gestão / programação das instituições culturais com os destinatários da sua oferta - actuais e, sobretudo, potenciais –, através do reconhecimento das várias formas de fruição cultural e da criação das condições que facilitarão o acesso a ela, a iniciativa brasileira parece ignorar os últimos desenvolvimentos e tendências e limitar-se a questões que, do meu ponto de vista, são importantes mas secundárias no âmbito desta discussão. Trata-se no entanto, de uma iniciativa interessante, provavelmente inovadora, que tem gerido grande consenso entre os vários agentes que irá envolver e da qual muitas pessoas irão, com certeza, poder beneficiar. Será bom poder acompanhar o desenvolvimento da mesma e poder comparar os resultados em relação aos objectivos inicialmente traçados.

Monday 13 June 2011

Silenciosos e apolíticos?


Foto: Maria Vlachou
Cem milhões de sementes de girassol em porcelana, cada uma criada individualmente por mais de 1600 artesãos. Parecem inofensivas? ‘Apolíticas’? Não o são. Foi, aliás, a descoberta progressiva da faceta política desta obra de Ai Weiwei que me deixou mais maravilhada quando a vi na Tate Modern em Outubro passado.

Ai Weiwei, artista e activista chinês, foi detido pelas autoridades chinesas no dia 3 de Abril, quando se preparava para embarcar num avião. Ninguém soube nada dele durante semanas. Não houve acusações formais, a não ser uns rumores sobre crimes económicos. A sua esposa pôde vê-lo passado mais de um mês, na presença de dois guardas. Estava fisicamente bem, mas visivelmente nervoso.

Foto: Reuters
O mundo de Ai Weiwei, artistas e museus de arte contemporânea em vários países, reagiu à sua detenção. Entre outras iniciativas, a Tate Modern projectou na sua fachada a frase “Libertem Ai Weiwei”; o artista Anish Kapoor fez um apelo a museus e galerias de arte em todo o mundo para fecharem um dia em protesto; o artista cubano Geandy Pavon projectou o retrato de Ai Weiwei na parede do consulado chinês em Nova Iorque; o Guggenheim Museum iniciou uma petição online, que já foi assinada por mais de 140.000 pessoas (ler sobre as várias iniciativas aqui). Na semana passada, Philip Bishop escreveu no Guardian que os museus não estão a fazer o suficiente. A assinatura numa petição não chega, dizia Bishop, os museus devem tornar o seu apoio a Ai Weiwei mais visível, concretamente através das suas homepages. E no mesmo jornal, Hari Kunzru questionava o silêncio do Montreal Museum of Fine Arts, que neste momento apresenta a exposição dos famosos soldados de terracota, e fazia votos para que não se perdesse a oportunidade única de chamar a atenção para a detenção do artista chinês.

No meio destas preocupações a nível internacional, as afirmações de certos directores de museus que “não fazem política” (ler a entrevista ao director do Virginia Museum of Fine Arts) ou que os museus “devem ser apolíticos” e que “não fazem protestos” (ler aqui sobre as declarações do director do Milwaukee Art Museum e as reacções de outros profissionais) são, no mínimo, desconcertantes. Claro que os museus fazem política: quando decidem o que vão expor ou não; quando criam espaço para diálogo ou não; quando escolhem os seus parceiros; quando fecham os olhos a questões como os direitos humanos e a liberdade de expressão e se manifestam ‘apolíticos’. Tanto no Virginia Museum of Fine Arts como no Milwaukee Art Museum irão em breve ser inauguradas exposições sobre a China. Claro que ambos os directores estão a fazer política.

Há museus cuja natureza os associa claramente a questões políticas (e sociais): o Canadian Museum for Human Rights em Ottawa ou o Museo de la Memoria y de los Derechos Humanos em Santiago de Chile; o Holocaust Memorial Museum em Washington (profundamente empenhado na prevenção do genocídio, mas onde não encontramos nem uma vez a palavra ‘Palestina’, dita ou escrita); ou o District Six Museum em Cape Town, para mencionar apenas alguns, muito poucos. Em geral, museus de história, que não podem (mas às vezes procuram e tentam…) ‘escapar’ à sua natureza. No entanto, qualquer manifestação de ‘neutralidade’ seria falsa.

Serão os museus de arte ‘isentos’? Mas… podem? Nem a natureza das suas colecções o permite (a arte não é neutra, não é apolítica), nem os seus negócios. Curiosamente, o Guggenheim Museum, que iniciou a petição online a favor de Ai Weiwei, esteve (está) ele próprio envolvido num caso relacionado com os direitos humanos. O New Your Times noticiava em Março, juntamente com muitos outros meios, que mais de 130 artistas iriam boicotar o novo museu que está a ser construído em Abu Dhabi, devido às condições de trabalho dos trabalhadores imigrantes envolvidos na sua construção (condições essas que se tornaram conhecidas há muito tempo, através de um documentário profundamente chocante realizado pelo programa televisivo 60 minutes, mas que estão também registadas no site da Human Rights Watch). Os artistas exigiram que houvesse uma inspecção independente imediata e ameaçaram não participar em eventos nem vender as suas obras ao futuro museu. A situação não é nada fácil para o Guggenheim Museum, que pretende criar uma colecção para este novo museu maioritariamente dedicada a artistas do Médio Oriente (alguns dos mais conhecidos fazem parte do grupo de protesto). A resposta dos responsáveis do museu pode ser lida aqui.

Num post no ano passado, intitulado Lugares de encontro, citava David Fleming, presidente, na altura, do INTERCOM (a comissão internacional do ICOM para a Gestão): “Passaram os tempos em que os museus tinham que se manter afastados, fingindo que não fazem parte da sociedade que supostamente estão a servir, continuando a sua actividade esquecendo o que está à sua volta, como se a cultura que expõem não tivesse relevância política ou social. Os museus não têm que ser lugares neutros – podem ser muito mais”.

A vida não é apolítica. A arte também não. Como é que os museus poderiam sê-lo? Os museus que querem, realmente, fazer parte da sociedade e ser apoiados por ela, não são nem silenciosos, nem neutros, nem apolíticos. Os museus que têm noção da sua missão não se tornam irrelevantes.

Monday 6 June 2011

A diferença entre "mais" e "diversos"


Antes de falar da notícia que vem do outro lado do Atlântico, volto a afirmar a minha convicção que as entradas gratuitas podem multiplicar as visitas (o que também é desejável), mas não podem, só por si, diversificar o público das instituições culturais, nomeadamente museus e salas de espectáculos. Não me parece realista continuarmos a usar a gratuitidade como um argumento em prol da democracia e da igualdade. Para a maioria das pessoas que não vai aos museus, não é o preço do bilhete (em Portugal, entre €2 e €5 com descontos nos museus nacionais) que constitui a barreira. Da mesma forma, há espectáculos de excelente qualidade com bilhetes a €5 e com pouco público e outros, muito mais caros, que esgotam. O que faz a diferença? A relevância e importância de uma determinada oferta na vida das pessoas. Também o terem ou não conhecimento dessa oferta.

Dito isto, não podemos ignorar o facto de existirem pessoas que desejam participar em actividades culturais, mas que têm que fazer contas à vida. Considerar esta necessidade é uma obrigação para as instituições culturais, em particular aquelas financiadas com dinheiros públicos. Espectáculos de entrada livre ao longo da temporada, preços especiais para todos em certos dias da semana ou entradas gratuitas aos museus em certos dias da semana e do ano, promoções conjuntas entre instituições – tudo devidamente e amplamente divulgado - são uma possível resposta a esta necessidade. Não significa acesso a toda e qualquer oferta? É verdade, mas tudo tem um preço e cada um de nós faz contas e decide em que é que é importante investir e para que é que vale a pena poupar.

Já quando se fala em diversificar o público, o trabalho que as instituições culturais têm que desenvolver é mais complexo. E o primeiro factor a considerar não é o preço. É necessário desenvolver um programa extenso de outreach. Conhecer melhor os hábitos, necessidades e gostos das pessoas com as quais pretendemos estabelecer uma relação é algo que não passa, em primeiro lugar, por oferecer uma entrada gratuita. E se se considerar que é isto que temos que fazer, entre outras coisas, que seja oferecida entrada gratuita a essas pessoas. Porquê estendê-la a todos, até àqueles dispostos e com capacidade de pagar?

Apresentei os meus argumentos contra a gratuitidade em dois posts no ano passado, um sobre museus e outro sobre teatros, aos quais gostava agora de acrescentar dois pontos. Primeiro, mesmo quando a entrada é gratuita, visitar um museu ou assistir a um espectáculo nunca é totalmente gratuito: os transportes (colectivos ou privados) não são gratuitos, o estacionamento em muitos casos também não, a refeição antes ou depois, a necessidade de contratar uma babysitter… São vários os custos associados e podem ser significativos e determinantes na decisão de ir ao museu / teatro ou não. O segundo ponto é que as instituições culturais deverão ter um cuidado particular na forma como defendem e oferecem a gratuitidade. Quando o ser artista é considerado um hobby e não uma profissão, quando grande parte da sociedade vê os artistas como uns subsídio-dependentes que vivem à custa de todos os outros, que mensagem é que as próprias instituições passam quando oferecem este trabalho (feito por profissionais que, muitas vezes, desenvolvem a sua actividade com grandes sacrifícios) gratuitamente?

Passando agora para a notícia transatlântica: o Mixed Blood Theatre na cidade de Minneapolis nos EUA anunciou no mês passado que nas próximas três temporadas os espectáculos serão gratuitos para todos (ler notícia aqui). A iniciativa intitula-se Radical Hospitality (hospitalidade radical). No entanto, o teatro continuará a cobrar para as assinaturas anuais e a disponibilizar bilhetes no valor de $15 a quem quiser comprar antecipadamente e garantir lugar num determinado espectáculo. O director artístico afirmou que esta é "uma forma de cumprir a missão igualitária do teatro, que é ser totalmente inclusivo”. Uma rádio local colocou a questão ao público: Qual a importância do preço na vossa decisão sobre uma opção de entretenimento? Vale a pena ler as respostas das pessoas (ver aqui). Sobretudo porque, ao lado daqueles que afirmam que o preço dos bilhetes é proibitivo (e existem casos que devem ser considerados com atenção, como, por exemplo, os custos para uma família), há outros tantos a dizer que os custos associados a uma saída de casa são demasiado altos; que não conhecem a programação ou a localização; que a oferta cultural é muito variada e existem opções e preços para todos os bolsos.

Gostava, entretanto, de transcrever uma das respostas: “A prioridade de assistir a teatro e música ao vivo é uma questão de qualidade de vida de grande importância para mim e para o meu marido. (…) As pessoas precisam de escolher com atenção, mas devem estar preparadas a pagar pelo empenho e talento incrível que é preciso para produzir eventos culturais ao vivo de qualidade. Estamos dispostos a ter a nossa caderneta de cheques mais leve, para que as nossas vidas não sejam mais pobres”. Quem deu esta resposta não deve ser uma pessoa pobre. Mas penso tratar-se de uma questão de escala e que a maioria das pessoas, dentro das suas possibilidades económicas, diria o mesmo se achasse que aquilo que as instituições culturais lhes oferecem é relevante e importante para as suas vidas. É este o grande desafio para quem trabalha na área da cultura.

Nesta altura de crise e de cortes, os museus nacionais no Reino Unido estão a reconsiderar a aplicação de entradas pagas (ver relatórios sobre o impacto das entradas gratuitas no meu post sobre museus). O Metropolitan Museum of Art - de entrada livre, mas recomendando aos visitantes uma contribuição de $20 – irá aumentar o preço recomendado para $25 a partir de 1 de Julho (ler a notícia aqui; no fim da mesma, apresenta-se um quadro com os preços de entrada em vários museus de arte americanos). Ao mesmo tempo, e dado o sucesso da exposição de Alexander Mc Queen, o museu irá abrir excepcionalmente às segundas-feiras, para receber visitantes dispostos a pagar $50 para visitar a mesma (ler notícia aqui). Há também teatros nos EUA que convidam o público a pagar o que puder para assistir a um espectáculo.

A necessidade de gerar receitas e de trabalhar para a auto-sustentabilidade é real. A preocupação relativamente ao acesso a uma oferta que todos têm o direito de fruir também. No entanto, quando é do acesso que queremos falar, diria que a entrada gratuita é uma medida fácil. E que, mesmo assim, não produz os resultados desejados de diversificação dos públicos. Para isto acontecer, é preciso um esforço muito maior e, em muitos casos, uma mentalidade bastante diferente na forma de fazer a abordagem. A acessibilidade começa na linguagem que usamos.

Mais algumas sugestões de leitura
Museus gratuitos (textos de Gabriela Canavilhas, Luís Raposo e João Neto, DN, 18.04.2011)

Ainda neste blog