4
Nobility of Spirit – A forgotten ideal, por Rob Riemen
(Nobreza de espírito – Um ideal esquecido, Ed. Bizâncio)
Rob Riemen é ensaísta e filósofo, fundador do Instituto Nexus na Holanda. Ao ler este livro, senti que me faltavam alguns conhecimentos de base para o poder apreciar a 100%. Mas não foi por isso menos inspirador. Thomas Mann “falou uma vez da nobreza de espírito como o único correctivo para a história humana. Onde quer que o ideal desvaneça, a cultura desvanece-se com ele”. Verdade, justiça, humanismo, liberdade, democracia. Um livro que, na minha opinião, ajuda a pôr em perspectiva acontecimentos como a crise grega ou a revolução egípcia.
Arts, Inc., por Bill Ivey
Bill Ivey foi Presidente do National Endowment for the Arts nos EUA entre 1998 e 2001. Com muita perspicácia, Ivey analisa as políticas culturais (ou a falta delas) ao longo do século XX e até aos nossos dias e lança um alerta relativamente à forma como o desenvolvimento das leis de direito de autor, o controle destes direitos por companhias privadas e a incapacidade (ou falta de vontade) do governo americano em salvaguardar os direitos culturais dos cidadãos têm minado a vida expressiva dos mesmos. Neste livro, Ivey propõe um projecto-lei em defesa de seis direitos culturais fundamentais. Os capítulos, referentes aos direitos, têm os seguintes títulos: Herança; Artistas; Uma vida criativa; América, arte e o mundo; Arte de valor duradouro; Instituições fortes e responsáveis. Existe ainda um sétimo capítulo: O falhanço do governo.
Cognitive surplus, por Clay Shirky
O subtítulo explica bem o tema deste livro: “Como a tecnologia torna os consumidores em colaboradores”. Shirky apresenta os mais variados casos de estudo para mostrar como os novos meios tecnológicos (e o facto de serem baratos e acessíveis) têm permitido aos cidadãos partilharem o seu tempo livre e os seus conhecimentos para promoverem causas, apoiarem projectos, fiscalizarem os seus governos. E não o fazem para ganhar dinheiro. Os motivos são intrínsecos: a necessidade de comunicar e de partilhar, de ser útil, de tornar o mundo num lugar melhor. As implicações (e benefícios) para o sector cultural tornam-se para mim óbvios. O futuro próximo torna-se cada vez mais interessante.
Bicycle diaries, por David Byrne
(Diário da bicicleta, Ed. Quetzal)
Londres, Nova Iorque, Buenos Aires, Berlim, entre outras. Cidades por onde David Byrne andou de bicicleta e um ‘pretexto’ para falar de arte, cultura, política, pessoas. Destaco quatro linhas que falam da Istambul que tenho no meu coração e que não visito há quase vinte anos: “Adoro a sua localização física – delimitada por água, dispersa ao longo de três grandes extensões de terra, sendo que uma delas é onde começa a Ásia. O seu modo de vida, que parece mediterrânico, cosmopolita, e no entanto tingido pela profunda história do Médio oriente, é inebriante”.
+1
Li este livro muito lentamente, porque não queria que acabasse. E, ao mesmo tempo, não conseguia largá-lo. Por isso, lia cada página mais que uma vez.
1Pausa. Até Setembro.