Foto: Justo Stop Oil via The New York Times |
“Museus apertam vigilância preocupados com ações de ‘terrorismo’ ambientalista contra arte”. Não sei se foi a palavra “terrorismo” no título que me chocou mais ou as próprias respostas dadas ao jornalista por diferentes directores de museus portugueses. Respostas que revelam total distanciamento da questão da emergência climática e do papel e impacto que os museus têm sobre ela. Fiquei estupefacta quando o director de um museu nacional afirmou que tinha “alguma dificuldade em perceber o que os museus e as obras de arte têm a ver com este tipo de protesto ambientalista” e que “Está relacionado com a questão do petróleo e da poluição, mas as obras de arte não têm culpa nenhuma. São ações mediáticas, mas é difícil de perceber porque têm as obras de arte de pagar por isto.” Um outro director de um museu nacional disse que considera estas ações preocupantes porque os museus “guardam, restauram e exibem coleções únicas no mundo, [que] estes casos são ‘preocupantes’ para estes espaços culturais, porque "colocam em risco um património que é de todos" e que "deve ser protegido para as atuais e futuras gerações" (essas palavras não serviriam perfeitamente para discutir o nosso património natural e a nossa obrigação para com as gerações futuras?).