No Domingo de manhã as
notícias ultrapassavam o pior pesadelo. O grande incêndio na zona de Pedrógão Grande
tinha tirado a vida a 19 pessoas. Ao longo do dia, este número foi subindo. O
país estava em estado de choque.
O Teatro Maria Matos em
Lisboa foi dos primeiros a reagir. Não se limitou a anunciar o cancelamento do
espectáculo naquele dia, no seguimento da decretação de luto nacional, mas
informou os seus seguidores no Facebook sobre possíveis formas de ajudar e foi
actualizando esta informação. Manteve-se solidário e envolvido.
Mensagens sentidas vieram
também da parte da Companhia Nacional de Bailado, do Teatro Nacional D. Maria
II e do Teatro Nacional São João. Todos eles falaram em tragédia, referiram-se
às vitimas e suspenderam a sua programação ou anunciaram um minuto de silêncio.
Ontem, o Teatro Nacional D. Maria II anunciou que a receita da bilheteira de
dois espectáculos no próximo Sábado reverterá a favor da Associação de
Bombeiros voluntários de Pedrógão Grande.
A EGEAC, empresa municipal
para a cultura em Lisboa, lamentou profundamente a perda de dezenas de vidas e
suspendeu a programação das Festas de Lisboa. Dois dos equipamentos tutelados
pela empresa partilharam este post sem mais comentários (dois museus). As
Bibliotecas de Lisboa partilharam o post da Câmara Municipal falando na
necessidade de ajudar. O Museu de Leiria (juntamente com o Município de Leiria
e Leirena Teatro) fez referência às “noticias desoladoras e de profunda
tristeza” e informou do cancelamento da programação.
Houve ainda quem anunciou
a suspensão da sua programação como resultado da decretação de luto nacional,
sem nenhuma referência à tragédia, e, de resto, continuou a publicar notícias relativas
à sua programação.
Mas sobretudo houve silêncio. Grande silêncio. Consultei as páginas de Facebook dos museus nacionais no dia 18, e novamente hoje, e não encontrei nenhuma referência, ou seja, nenhuma reacção, nenhum envolvimento, nem uma palavra. O que se passa à sua volta, o facto do país estar em estado de choque, de se terem perdido violentamente tantas vidas, não merece uma palavra? Não tem nada a ver com a missão desses museus? Com a razão porque existem? Alguns colegas, inclusivamente directores de museus, fizeram posts nas suas páginas pessoais, partilharam os seus sentimentos, a sua humanidade. Porque é que consideram, no entanto, que as instituições em que trabalham ou que dirigem, nada têm a transmitir à sociedade portuguesa sobre o que aconteceu? As instituições culturais não são humanas, não estão integradas na sociedade, não sentem a sua dor? Como é penoso este silêncio...
Mas sobretudo houve silêncio. Grande silêncio. Consultei as páginas de Facebook dos museus nacionais no dia 18, e novamente hoje, e não encontrei nenhuma referência, ou seja, nenhuma reacção, nenhum envolvimento, nem uma palavra. O que se passa à sua volta, o facto do país estar em estado de choque, de se terem perdido violentamente tantas vidas, não merece uma palavra? Não tem nada a ver com a missão desses museus? Com a razão porque existem? Alguns colegas, inclusivamente directores de museus, fizeram posts nas suas páginas pessoais, partilharam os seus sentimentos, a sua humanidade. Porque é que consideram, no entanto, que as instituições em que trabalham ou que dirigem, nada têm a transmitir à sociedade portuguesa sobre o que aconteceu? As instituições culturais não são humanas, não estão integradas na sociedade, não sentem a sua dor? Como é penoso este silêncio...
No comments:
Post a Comment